Um acidente em Cocais das Estrelas, no município de Antônio Dias (MG), deixou um trabalhador da Cenibra preso e incomunicável dentro de uma máquina da empresa. A situação ocorreu durante operações de colheita mecanizada no dia 18 de janeiro, em terreno molhado após chuvas na região.
O deslizamento da máquina fez com que a madeira transportada caísse em cima da janela de emergência, impedindo que o trabalhador saísse do local. Mesmo com a ancoragem, o terreno molhado coloca em risco a vida dos trabalhadores, já que o cabo nem sempre consegue segurar a máquina. A queda do sistema elétrico da máquina deixou o trabalhador incomunicável, retardando o socorro. Por sorte ele não se feriu.
O Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Reflorestamento, Carvoejamento e Similares do Estado de Minas Gerais (SINDEX-MG) já entrou em contato com o responsável pela colheita florestal mecanizada e cobrou melhorias na segurança e comunicação entre as equipes da operação.
Trabalhadores, que temem se identificar por receio de represálias da empresa, denunciam que a Cenibra exerce pressão para produtividade da colheita mesmo em cenário de terreno molhado, após chuvas. A postura coloca o lucro acima da segurança dos trabalhadores e precisa ser revista.
“Mais uma vez um acidente evitável ocorre na Cenibra. A empresa precisa adotar medidas de forma urgente para que situações como esta não se repitam. É inaceitável um trabalhador ficar preso e incomunicável dentro de uma máquina como esta”, denuncia o presidente do SINDEX-MG, José Maria Soares.
Outro ponto denunciado pelos trabalhadores é a falha na proteção contra ruídos gerados pela máquina em questão.
Há anos, a entidade cobra uma revisão completa da política de saúde e segurança dos trabalhadores da empresa, que registra diversos acidentes em sua operação. Por diversas ocasiões, o sindicato solicitou a apresentação de documentos que demonstrem o que tem sido feito sobre saúde e segurança do trabalhador e prevenção de acidentes, mas a empresa tem se negado a repassar essas informações.
O SINDEX-MG alerta e cobra que a Cenibra não espere que acidentes fatais se repitam para melhorar seus processos.